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Incógnitas do destino

O amor é um sentimento confuso demais. Eu sempre amei todos os meus primos, sempre tratei todos da mesma forma, éramos unidos mas nem tanto. A gente conversava, zoava, dava risada, brincava todo mundo junto, mas ficávamos dias sem nos ver. Até que, por uma designação do destino houve uma tragédia na família. O meu primo, Belô, foi vítima de um acidente de moto. 

Ele estava voltando do "rolê" com um amigo quando, foi ultrapassar um carro e colidiu de frente com um caminhão. UM CAMINHÃO CARA. Pensa no impacto de uma moto há 100km/h colidindo com um caminhão de cerca de 1 tonelada. Velho, é fatal. E foi. 

Sexta-feira de manhã tivemos a notícia do acidente e que ele estava em estado grave no hospital. Tínhamos toda esperança do mundo dele reviver e dar tudo certo. Dele ter uma nova chance, mas não deu. O acidente foi gravíssimo. Teve várias fraturas, o pulmão perfurado e teve que amputar uma parte da perna. A chance de sobreviver era mínima, mas com a nossa fé acreditávamos que IA SIM DAR TUDO CERTO. Nós queríamos estar todo mundo junto, brincando e dando risada de novo. Mas... 

No fim da tarde de sábado ele teve uma parada cardíaca e tivemos a notícia de que o rim não funcionava mais. Ali bateu o desespero. Mas sabe quando você tem aquele 1% de fé e acredita que vai dar tudo certo mesmo com todos os empecilhos? Então... Mas infelizmente não deu certo. Deus designou que seria assim. Chegaria a hora do Belô. E chegou. 

Eu soube somente no domingo após sair da sala, pois estava fazendo a prova do ENEM, e  meu pai foi me buscar. Minha mãe me falou e foi tudo bem. Eu me mantive forte a todo momento, pois precisava fortalecer a minha mãe e minha família inteira. 

Houveram contratempos e com isso, tivemos que velar o corpo esta noite inteira. Cara, é surreal. Não dá pra acreditar que o meu primo estava ali, morto na nossa frente, sendo velado. Momento de união da família em um momento tão doloroso. 

Eu continuei me mantendo forte, ajudando a consolar as pessoas, a fortalecer elas. Não preguei o olho a noite inteirinha. Cochilei hoje pela manhã no carro do meu pai, acordei 8 horas e fui me ajeitar visto que, o sepultamento estava marcado para às 8h 30min. 

Velho, estava tudo bem comigo, sério mesmo. Mas não aguentei quando vi todo mundo (TODO MUNDO CAAARA) dentro da sala, e um pastor pregando a palavra. Que baque. Eu, que fui forte a noite inteira, caí. Não tinha forças. Eu queria acreditar que era um sonho, mas não era. Eu estava prestes a acompanhar o enterro do meu primo. A nossa dor era imensa. Eu e o Alef sentimos de uma forma parecida, aliás, descobri que nós somos um pouco parecidos. Soube esta noite coisas que eu nem imaginava sobre ele. Ele gostar de astronomia, história, geologia... me surpreendeu. 

Chegou a hora. O nosso desespero era imensurável. Nosso Belô estava ali, no caixão, sendo carregado. MEU, QUE DOR NO PEITO. QUE ANGÚSTIA.

Mas o destino quis assim. Ele cumpriu a sua missão aqui na Terra. Alegrou muitas pessoas, deixou ensinamentos, e partiu. E agora ele está bem lá no céu, como uma estrelinha. E "vai ficar tudo bem". A dor vai passar e nos restará apenas a saudade e as boas lembranças dele. 🌠

Se eu disser que estou com forças estou mentindo. Estou ACABADA. Mas precisava desabafar. Precisava colocar para fora tudo o que estava aqui dentro de mim. Dói muito lembrar de tudo que houve, mas nos resta aceitar que foi o melhor e que agora sim ele está bem, ao lado do Senhor. 

Nos resta a conformação. Deus nos dará o conforto necessário. 

João 11:26 "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja mortoviverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá."


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